AGU pede ao STF revisão de regras para pagamento de emendas parlamentares após insatisfação no Congresso

A Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou nesta terça-feira (3) um pedido formal ao Supremo Tribunal Federal (STF) para reconsiderar parte das regras recent...

AGU pede ao STF revisão de regras para pagamento de emendas parlamentares após insatisfação no Congresso
AGU pede ao STF revisão de regras para pagamento de emendas parlamentares após insatisfação no Congresso (Foto: Reprodução)

A Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou nesta terça-feira (3) um pedido formal ao Supremo Tribunal Federal (STF) para reconsiderar parte das regras recentemente definidas pelo ministro Flávio Dino sobre a execução de emendas parlamentares. O pedido ocorre após manifestações de insatisfação entre parlamentares e busca ajustar trechos que, segundo o governo, conflitam com a Lei Complementar nº 210/2024, aprovada recentemente para disciplinar o uso das emendas. A decisão contestada foi proferida em 2 de dezembro e estabeleceu parâmetros mais rigorosos para a liberação dos recursos, incluindo a obrigatoriedade de planos de trabalho prévios para as chamadas “emendas PIX” (transferências especiais) e a identificação nominal de parlamentares responsáveis por emendas coletivas. A AGU argumenta que algumas exigências do STF ultrapassam o previsto na nova lei complementar, elaborada em consenso entre os Poderes Executivo e Legislativo. Pontos de discordância Entre os principais pontos questionados pela AGU está a exigência de aprovação prévia de planos de trabalho pelo Ministério setorial, no caso das transferências especiais. A petição defende que essa competência é dos estados e municípios beneficiados, conforme previsto no artigo 8º da Lei Complementar nº 210/2024. Além disso, o governo solicita que as emendas coletivas, como as de bancada e de comissão, não sejam obrigadas a identificar nominalmente os parlamentares solicitantes, pois a lei já prevê mecanismos de rastreabilidade suficientes. Outro ponto de destaque é o pedido para que a regra que limita o crescimento das emendas parlamentares seja ajustada. A decisão de Flávio Dino determinou que as emendas não podem crescer acima do menor índice entre o aumento das despesas discricionárias, o teto do arcabouço fiscal ou a variação da Receita Corrente Líquida. A AGU argumenta que a Lei Complementar nº 210 já estabelece critérios mais rigorosos, como a redução nominal do valor total das emendas não impositivas para 2025. Apoio ao diálogo institucional Na petição, assinada pelo advogado-geral da União, Jorge Messias, o governo destaca que a Lei Complementar nº 210 é fruto de amplas negociações entre Executivo e Legislativo e reflete avanços na transparência e rastreabilidade das emendas. A AGU reforça que as normas estabelecidas no texto legal já atendem às determinações do STF em relação ao fim das práticas conhecidas como “orçamento secreto”. “Trata-se de um grande avanço na regulamentação das emendas parlamentares, que consolida os consensos firmados no diálogo institucional e promove maior equilíbrio e transparência na execução desses recursos”, diz a AGU na peça judicial. O que acontece agora O pedido da AGU será analisado pelo ministro Flávio Dino, que poderá acolher as alterações ou manter os termos de sua decisão original. O tema também será discutido pelo plenário do STF, onde a Corte decidirá, de forma definitiva, sobre os parâmetros para o uso das emendas parlamentares. Enquanto isso, as regras determinadas pela decisão de 2 de dezembro permanecem em vigor. O debate ocorre em um contexto de pressões políticas por maior flexibilização das regras, com impactos diretos na execução orçamentária de 2025 e no relacionamento entre os Poderes.

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