Investigadores recriam minutos finais do Boeing que se chocou contra muro de aeroporto na Coreia do Sul
Acidente aéreo matou 179 pessoas. Dois comissários de bordo foram resgatados com vida. Investigadores recriaram hoje os últimos momentos do voo da Jeju Air, ...
Acidente aéreo matou 179 pessoas. Dois comissários de bordo foram resgatados com vida. Investigadores recriaram hoje os últimos momentos do voo da Jeju Air, que explodiu no domingo (29) durante um pouso de emergência na Coreia do Sul. A Coreia do Sul segue chocada pelo acidente aéreo, que matou 179 pessoas. O Boeing 737-800, da Jeju Air, uma companhia de baixo custo sul-coreana fundada há 19 anos, tinha partido de Bangkok, na Tailândia. Ao fazer um pouso forçado no Aeroporto Internacional de Muan, no sudoeste da Coreia do Sul, a 290 km da capital, Seul, saiu da pista, bateu contra um muro e explodiu com 181 pessoas a bordo. Imagens de satélite desta segunda-feira (30) mostram uma grande área carbonizada no fim da pista. Os investigadores apresentaram hoje uma ilustração e descreveram os minutos finais do voo 7C2216. Às 8h54: a torre autoriza o pouso. Três minutos depois: avisa o piloto de que há pássaros na área. Às 8h59: o piloto dá o aviso de emergência — mayday, em inglês. Ele diz que foi atingido por uma ave e que precisa fazer uma volta. Às 9h01: a torre autoriza a nova rota de pouso. Às 9h02: o avião toca o chão, já numa distância de 1.200 metros da pista, que tem 2.800 metros de extensão total, e segue até bater no muro. Muitas perguntas ainda restam. Os investigadores tentam entender a pressa do piloto em fazer o pouso de emergência e a alta velocidade ao tocar o solo. Uma imagem feita com celular mostra o que parece ser uma labareda saindo de uma das turbinas. Também investigam por que o trem de pouso não estava abaixado. Especialistas ouvidos pela agência sul-coreana Yonhap dizem que uma colisão pode ter danificado não só o motor, mas também o sistema hidráulico da aeronave. De acordo com a agência, outro avião da empresa Jeju Airlines teve problemas com o trem de pouso nesta segunda-feira, logo após a decolagem, e voltou ao aeroporto. O presidente em exercício do país, Choi Sang-mok, exigiu que toda a operação aérea sul-coreana seja inspecionada. Todas as 101 aeronaves Boeing 737-800 usadas por empresas aéreas sul-coreanas serão verificadas. O presidente pediu a divulgação transparente das causas e que as famílias das vítimas sejam informadas. O governo decretou luto nacional de uma semana. Muitas celebrações de Ano Novo foram canceladas, e memoriais para os mortos foram montados nas principais cidades sul-coreanas. No ginásio em Muan, monges budistas prestaram homenagens às vítimas. O processo de identificação dos corpos pode ser longo. Todos os 175 passageiros e quatro dos seis tripulantes morreram. Dois comissários de bordo foram resgatados com vida. Lee, de 33 anos, sofreu fraturas múltiplas e está internado na UTI. Ele está consciente e contou que, quando acordou, já tinha sido resgatado. Uma comissária de 25 anos também está internada, com ferimentos na cabeça e no tornozelo. O estado de saúde dela é estável. De acordo com as regras internacionais da aviação, a Coreia do Sul lidera a investigação, que deverá contar também com inspetores americanos, já que o avião foi projetado e construído nos Estados Unidos. As caixas-pretas foram recuperadas, mas uma delas está danificada. Avião com 181 pessoas a bordo explodiu após bater contra muro na Coreia do Sul Reprodução/TV Globo Jornal Nacional: últimos vídeos