Presidente da Coreia do Sul revoga lei marcial, após rechaço unânime de parlamentares
O presidente afirmou que fazia isso para erradicar as forças comunistas norte-coreanas que estão roubando a liberdade e a felicidade do povo e proteger a orde...
O presidente afirmou que fazia isso para erradicar as forças comunistas norte-coreanas que estão roubando a liberdade e a felicidade do povo e proteger a ordem constitucional. Presidente da Coreia do Sul declara lei marcial e horas depois cancela decreto O presidente da Coreia do Sul surpreendeu nesta terça-feira (3) ao declarar lei marcial no país e suspendeu o Congresso e os direitos civis. E causou uma nova surpresa horas depois, quando ele voltou horas atrás e cancelou o decreto. Os militares quebraram a janela e invadiram o prédio do Congresso. E confrontaram os manifestantes. O presidente Yoon Suk Yeol fez um discurso televisionado pouco antes, em que decretou ordem marcial na Coreia do Sul. A lei marcial significa que o que passa a valer no país são as leis militares. Suspende os direitos civis e a liberdade de imprensa. Dá, em grande medida, o controle ao exército do país. O presidente afirmou que fazia isso para erradicar as forças comunistas norte-coreanas que estão roubando a liberdade e a felicidade do povo e também para proteger a ordem constitucional. Mas ele se refere aos políticos de oposição dentro da própria Coreia do Sul. Yoon Suk Yeol faz um governo extremamente impopular. Tem aprovação de apenas 20% dos sul-coreanos. E em abril sofreu uma derrota colossal nas eleições parlamentares. A Assembleia Nacional passou a ser controlada pela oposição. Desde então, Yeol reclama da dificuldade de passar leis e aprovar o orçamento. O líder da oposição afirmou que o decreto ilegal do presidente é, na verdade, uma oportunidade decisiva para quebrar o ciclo vicioso e retornar a uma sociedade normal. Presidente sul-coreano recuou em decreto de lei marcial, após pressão Imagem: Reprodução/ TV Globo Yoon Suk Yeol já sofreu uma tentativa de impeachment, pouco depois de assumir, em 2022. Mas como tinha maioria na Assembleia, o processo não foi para frente. Essa foi a primeira vez que o presidente da Coréia do Sul deu o poder ao exército desde a democratização do país em 1987. Relação ente Coreias vem se deteriorando Yeol não especificou de que forma a Coreia do Norte, comunista, estaria agindo na política interna da Coreia do Sul, que é democrática. Mas a população sabe que a relação entre os dois países vem se deteriorando nos últimos tempos. Ficou evidente quando a Coreia do Norte mandou mais de 1300 balões cheios de lixo. E colocou grandes caixas de som a todo volume para tirar o sono dos vizinhos do Sul. Já a Coreia do Sul mandou para o outro lado balões com panfletos de propaganda política. O ditador norte-coreano Kim Jong-un está cada vez mais próximo do presidente russo Vladimir Putin. Mandou até tropas para lutarem na Ucrânia. Os Estados Unidos têm mais de 20 mil militares estacionados na Coreia do Sul desde a guerra entre as duas Coreias, em 1950. Nesta terça-feira (3), a Casa Branca se limitou a declarar que estava acompanhando a situação de perto. No fim do dia, a Assembleia Sul-coreana votou em unanimidade pelo fim da lei militar. Mesmo os políticos do mesmo partido do presidente ficaram contra ele. O exército se retirou da Assembleia Nacional e o presidente Yoon Suk Yeol declarou que cancelaria o decreto e tudo voltaria ao normal. Ele disse que retiraria as tropas, mas pediu à Assembleia Nacional que pare imediatamente com o comportamento que chamou de “revoltante” de paralisar o funcionamento do país com impeachments, manipulação legislativa e manipulação do orçamento. A oposição afirma que agora há motivos legais suficientes para tirar Yeol do poder. LEIA TAMBÉM: Saiba mais sobre a Coreia do Sul, país onde lei marcial foi decretada nesta terça-feira Quem é Yoon Suk Yeol, presidente da Coreia do Sul que declarou lei marcial no país