TikTok pode ficar fora do ar nos EUA neste domingo? Entenda a situação da rede social chinesa

Lei obriga aplicativo a vender suas operações no país se quiser continuar funcionando. Decisão final será de Donald Trump, que toma posse na segunda (20) c...

TikTok pode ficar fora do ar nos EUA neste domingo? Entenda a situação da rede social chinesa
TikTok pode ficar fora do ar nos EUA neste domingo? Entenda a situação da rede social chinesa (Foto: Reprodução)

Lei obriga aplicativo a vender suas operações no país se quiser continuar funcionando. Decisão final será de Donald Trump, que toma posse na segunda (20) como presidente dos EUA e já sinalizou que vai adiar suspensão da plataforma. O TikTok disse na sexta-feira (17) que "será forçado a ficar fora do ar" para os usuários dos Estados Unidos neste domingo (19) por conta da lei federal que força a plataforma a vender sua operação no país. A declaração foi feita após a Suprema Corte dos EUA concluir na sexta que a lei que força a venda do TikTok é válida e o presidente americano Joe Biden, que está no fim de seu governo, indicar que não adotaria nenhuma medida sobre o caso. A decisão deve ficar com o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que toma posse na segunda (20) e já sinalizou que pretende adiar a proibição do aplicativo no país. "A extensão de 90 dias é algo que provavelmente será feito, porque é apropriado", disse Trump, em entrevista à NBC. "Se eu decidir fazer isso, farei o anúncio na segunda-feira", completou. O g1 traz um resumo com as principais informações sobre o caso. Veja abaixo. Por que os EUA querem banir o TikTok? O governo dos EUA alega que o TikTok coleta dados confidenciais de americanos e que isso representa um risco à segurança nacional. O país teme que a China possa usar as informações de mais de 170 milhões de usuários americanos da plataforma para atividades de espionagem. A ByteDance, dona do TikTok, por sua vez, nega a acusação. O que diz a lei sancionada em 2024? A lei, que foi aprovada pelo Congresso e sancionada por Joe Biden em abril de 2024, deu um prazo até domingo (19) para que o app chinês encontre um comprador para sua operação nos EUA. Se ele não for cumprido, o app será banido no país, o que inclui a remoção das lojas de aplicativos e o bloqueio de atualizações. Qual foi a decisão da Suprema Corte? Na sexta-feira, a Suprema Corte decidiu por unanimidade que a lei é válida e não viola a Primeira Emenda da Constituição, que protege a liberdade de expressão. O TikTok havia recorrido ao tribunal contestando a legislação. O que acontecerá neste domingo? Com a decisão Suprema Corte a favor da lei, o TikTok deve realmente ficar indisponível para usuários dos EUA neste domingo, último dia completo de Biden como presidente. Especialistas indicam que, caso a situação não seja revertida e a rede social continuar fora do ar, o aplicativo não vai desaparecer dos celulares, mas não será mais possível baixá-lo em lojas como a Play Store, do Google, e a App Store, da Apple, conforme a legislação. Além disso, usuários nos EUA não receberão atualizações da plataforma, o que em algum momento fará o aplicativo apresentar falhas para seus usuários, segundo afirmou o Departamento de Justiça norte-americano no processo. Ainda segundo a lei, serviços de hospedagem dos EUA também serão impedidos de trabalharem com o TikTok. As empresas que desrespeitarem a legislação estão sujeitas a multas de até US$ 5 mil para cada usuário que acessar o app – o TikTok tem 170 milhões de usuários nos Estados Unidos. O que a Casa Branca diz? A Casa Branca avisou na sexta que a decisão sobre a implementação da lei ficará a cargo de Donald Trump, que toma posse na segunda (20). Questionado por repórteres em Washington, Biden confirmou que é o presidente eleito quem decidirá sobre o tema. Por que o TikTok pode ser banido dos Estados Unidos? O que Trump fará sobre o TikTok? No domingo, Trump afirmou à NBC que "provavelmente" adiará a validade da lei que força a venda do TikTok. Na sexta, ele disse, sem dar muitos detalhes, que tomaria em breve algum tipo de medida em relação ao aplicativo. "Minha decisão sobre o TikTok será tomada em um futuro não muito distante, mas preciso de tempo para rever a situação. Fiquem ligados!", postou o presidente eleito após a decisão da Suprema Corte na sexta. O jornal The Washington Post informou na quarta-feira (15) que o republicano cogita assinar, logo no início de seu governo, uma ordem executiva que suspenderia o banimento do TikTok nos EUA por um prazo de 60 a 90 dias. Trump também já disse que poderia negociar uma solução para que a plataforma não fique indisponível. O TikTok está na mira de autoridades americanas desde o primeiro governo Trump. Em 2020, o então presidente tentou impedir que novos usuários baixassem o aplicativo e planejava banir as operações do app, mas perdeu uma série de batalhas judiciais sobre a medida. Na campanha para a eleição de 2024, porém, Trump mudou de posição e passou a defender que o TikTok continuasse operando nos EUA. "Você sabe, tenho um lugar especial no coração para o TikTok, porque ganhei a juventude por 34 pontos, e há quem diga que o TikTok tem algo a ver com isso", disse o republicano em dezembro, após ser eleito. O presidente eleito recebeu apoio do CEO do TikTok, Shou Zi Chew, que foi convidado para a posse do republicano nesta segunda. O executivo agradeceu a Trump por "seu comprometimento" em ajudar a plataforma a encontrar uma solução que mantenha o aplicativo funcionando nos EUA. "Esta é uma posição forte pela Primeira Emenda e contra a censura arbitrária", disse o CEO do app. Qual a repercussão da decisão no país? Usuários do TikTok nos Estados Unidos estão migrando para o aplicativo chinês Xiaohongshu, conhecido globalmente como RedNote, diante do possível bloqueio da plataforma. Assim como o TikTok, o Xiaohongshu — cujo nome significa "Pequeno Livro Vermelho" em chinês — combina vídeos curtos com funcionalidades de comércio eletrônico. O aplicativo ganhou popularidade na China e em outras regiões, como Malásia e Taiwan, acumulando cerca de 300 milhões de usuários. Logo TikTok e bandeira dos Estados Unidos ao fundo Getty Images

Fale Conosco