Troncos de árvores, rajadas de vento, ilhas submersas e inexperiência: pescadores compartilham perigos da navegação no Rio Paraná
Usina Hidrelétrica de Porto Primavera afetou atividades no lago formado pela barragem. Pescadores explicam cuidados ao navegar no lago de Porto Primavera TV Fr...

Usina Hidrelétrica de Porto Primavera afetou atividades no lago formado pela barragem. Pescadores explicam cuidados ao navegar no lago de Porto Primavera TV Fronteira A Usina Hidrelétrica (UHE) Engenheiro Sérgio Motta, construída no Rio Paraná, fica instalada nos municípios de Rosana (SP) e Batayporã (MS), mas impacta outras cidades do Oeste Paulista, ou seja, Teodoro Sampaio (SP), Presidente Epitácio (SP), Panorama (SP) e Paulicéia (SP). 📱 Participe do Canal do g1 Presidente Prudente e Região no WhatsApp O g1 ouviu profissionais da pesca sobre a navegação no rio e os cuidados a serem tomados no lago da Usina Hidrelétrica de Porto Primavera. De acordo com o pescador e guia de pesca esportiva Elizeo Júnior, de Paulicéia, o trecho entre sua cidade até Panorama é de boa navegação. “Para navegar no leito do rio, é tranquilo, pois é um trecho largo e de águas profundas. O perigo maior é a questão climática, quando o tempo muda, e vêm tempestades com fortes rajadas de vento”, alertou Elizeo. O pescador complementou que o lugar mais perigoso para navegar é a região que foi alagada, pois ficou um trecho extenso, porém, bem raso, e com grande quantidade de troncos e raízes, que são um perigo para as embarcações. O Portal g1 Presidente Prudente e Região publica a série “Os desafios da navegação no Rio Paraná”, com 10 reportagens especiais que mostram a situação da atividade náutica no trecho afetado pelo lago formado pela Usina Hidrelétrica de Porto Primavera, no Oeste Paulista. Os desafios da navegação no Rio Paraná Elizeo Júnior também apontou mudanças que ocorreram no trecho após a construção da Usina de Porto Primavera, inaugurada em 1999. Ele explicou que uma grande mudança para a navegação com a construção da barragem foi a correnteza do rio, que ficou mais lenta. Disse também ao g1 que, de acordo com as estações do ano, o nível da água muda e, quando está baixo, acaba por se tornar mais perigoso à navegação na parte alagada. “Para esse trecho, está faltando um pouco mais de sinalização para a navegação noturna, mais fiscalização para pessoas que não possuem documentação necessária para conduzir embarcações, e para o consumo de bebida alcoólica nas embarcações, tanto por quem é o responsável pela navegação, como por seus ocupantes”, apontou Elizeu Júnior. “Já houve vários acidentes de embarcações batendo em boia de segurança, tempestade afundando embarcações, batendo em estruturas como troncos, geralmente por pessoas inexperientes, que não conhecem esse trecho do rio”, finalizou o pescador. Elizeo Júnior pratica pesca no Rio Paraná Cedida Para navegar no lago da usina, Elizeo explicou que são necessárias embarcações especiais, próprias para esse trecho. “As embarcações mais utilizadas aqui são barcos de alumínio e lanchas providas de motor de popa, desde 15HP há 300Hp, lanchas de fibras para passeio, motonautas (jetski), balsas para captação de areia, entre outras”, explicou. O pescador Alcebiades Souza Filho, de 58 anos, conhecido como Abidias, nascido em Porto Camargo, em Icaraíma (PR), compartilhou com a reportagem do g1 como é a experiência de atuar no lago da Usina de Porto Primavera. “Vivo especificamente da pesca. Até 2001, pesquei à jusante (sentido da água da nascente para a foz) na Usina Engenheiro Sérgio Motta (Usina Hidrelétrica de Porto Primavera). A partir desta, passei a pescador à montante (subida da correnteza). Desde então, pesco em Paulicéia, mas navego entre Presidente Epitácio e Castilho (SP). Nesse trecho, a pior área de navegação é de Rosana a Panorama. Só navega quem conhece. São áreas de muitas ilhas submersas. Agora, de Panorama a Castilho, normal. Sem muito risco”, contou Abidias. De acordo com o pescador, a situação da formação do lago tem afetado muito as atividades pesqueiras, mas os navegantes e pescadores já se adequaram. Alcebiades Souza Filho (à esquerda) pratica pesca no Rio Paraná Cedida O empresário e pescador Marcio Pascoalete comentou sobre riscos de navegar neste trecho do Rio Paraná. Ele explicou que é tranquilo para quem já está acostumado a navegar no trecho e, apesar da sinalização, a lagoa é o lugar mais perigoso, pois tem tocos de madeira e os barcos correm o risco de bater e afundar. O empresário disse também que se torna um risco para quem não conhece o lugar e, na época de cheia, fica perigoso para navegar por causa das enchentes e do aumento da correnteza. Pescadores explicam cuidados ao navegar no lago de Porto Primavera TV Fronteira Pescadores explicam cuidados ao navegar no lago de Porto Primavera Marcio Pascoalete Elizeo Júnior pratica pesca no Rio Paraná Cedida VÍDEOS: Tudo sobre a região de Presidente Prudente Veja mais notícias em g1 Presidente Prudente e Região.